O que aprendi escrevendo um diário: sobre vida, criatividade, resolução de problemas e inteligência emocional

Vi DelvaUX
3 min readFeb 10, 2020

(um diário e 367 dias num sabático)

Meu diário atual e minhas companheiras coloridas

Há nove dias, retomei a escrita de um diário. Parei de escrever uns dias depois de concluir meu sabático no dia 18 de dezembro do ano passado (2019, para quem lê isso muito tempo depois). Nessa retomada, estou me dando de presente escrever em um caderno bonito e sem pauta igual a vida que eu quero ter. Quero fazer começar meus dias sem pauta, só para poder criá-los bonitos e leves. Muito dessa leveza e boniteza depende do meu ponto de vista sobre o que a vida trará. Ponto de vista é criação. A outra parte fica por conta de escutar, momento a momento, os pedidos e as ideias que vem de dentro.

O de dentro é o de fora, né? Porque se você pensar que somos todos um em uma pluralidade de singularidades, vai perceber que cada corpo, cada forma, está apenas em uma dimensão. Não dá para negar que tem mais de uma. Você ouve música? Pensa? Sente? Nada disso é material. Som, pensamento e música estão cada qual em uma dimensão, diferentes tipos de energia, vibração. Matéria é energia com uma massa no meio, já dizia tio Einstein. A boniteza disso tudo é que diferentes dimensões se tocam, interagem, coexistem. Uma contém e está contida na outra, numa complexidade de dar inveja ao mundo V.U.C.A., que é só um pedacinho de Tudo.

Mas voltemos ao diário e porque se dar este presente de escrevê-lo. Fazer um diário em livre associação é algo que aprendi no livro “O Caminho do Artista”, da roteirista Julia Cameron. Conheci este livro uns meses antes de começar o sabático, num ano caótico e sofrido. Esse diário é bem diferente daquilo que conhecemos, o contar as historias do seu dia. Nas Páginas, você escreve um mínimo de três páginas num caderno, onde coloca o que vier na telha, como vier, sem julgar, nem brecar. Fiz isso desde o primeiro dia de sabático em 18/12/2018. Te juro que não escolhi a data. Ela me escolheu. Uma das muitas sincronicidades que vivi neste ano, porque fiz uma escolha de alma ao decidir por este ano para me autoconhecer em tempo integral.

Nessas Páginas, um pensamento vai te levar a outro quase sempre ´nada a ver´. A ideia é esvaziar a mente para o processo criativo. A beleza de escrever em livre associação é que saíam poesias, ilustrações (às vezes, dava vontade de desenhar ou pintar), interpretações de sonhos meus (salve, Freud! Salve Jung!), ideias que resolviam meus problemas ou criavam mais artes, e catarses de sentimentos ainda não resolvidos. Escrever todo dia não é terapia, mas é terapêutico (Salve, Wolf Maya!).

Sabendo que escrever um diário é um portal para autoexpressão, autoterapia e autoconhecimento, volto a me dar este presente. Quando acordo, depois de fazer minha limpeza na dimensão da matéria, sento a mesa livre de distrações e sigo para a limpeza espiritual, em vibrações mais sutis. Tomo um café para abrir a criatividade, escrevo no meu caderno bonito e despautado e com coragem (é preciso muita para olhar para dentro!), saio de alma lavada. Entre 15 e 30 minutos, com a ajuda de canetinhas coloridas ou da minha esferográfica preferida, deslizo nas folhas, pensamentos e sentimentos. É a conexão mais importante do dia, aquela comigo mesma. Depois, estarei disponível para me conectar com as outras pessoas. Você que me lê, é uma delas.

Como você se conecta com si mesma? Como você se dá este presente de estar presente para si? Me conta!

Abraços com Amor,

V

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Vi DelvaUX

Queria ‘bio’ escrita por Millôr Fernandes. Não dá. Segue com sua versão. Síntese do ‘sim’, entusiasmo é escolha. Só vale se aprender, criar, influenciar e rir.