Carta a developers e designers
(escrevo para me lembrar e na esperança de entregar um recado ao mundo M.U.V.U.C.A., do ágil, do enxuto e do pensamento de criação)
As pessoas não estão a venda.
Para que(m) você serve?
Pessoas.
Seu ofício é servir. Pessoas.
Mas você sabe a história delas?
Pessoas não são ratos de laboratório para você experimentar com elas, mas sim para elas. É você que serve a elas, não o contrário.
Qual a história da pessoa para quem você cria uma experiência, um produto, um serviço? O que vive a pessoa para quem você 'coda' ou cria uma interface? Que história ela está tentando criar ou mudar (com ajuda da sua interferência)?
O Cuidador, O Guerreiro, A Revolucionária, A Esperançosa, O Prático são arquétipos ou personas, histórias tão antigas quanto a existência da nossa espécie e que nos lembram da humanidade comum, aquela que compartilhamos eu ,você e sua cliente (do latim, clientem, aquela pessoa que se inclina em sua direção buscando segurança, aquela que confia e depende de você).
Sua cliente tem nome, pai, mãe, dores e desejos, como você. Ela ri, chora, quer ser alguém de valor, tem medo, já perdeu e já ganhou. Pode estar entre as pessoas com quem você se importa. Pode estar agora do seu lado. Poderia ser você. É você toda vez que consome um produto ou se serve de uma experiência.
Quando for realizar seu ofício, lembre-se dela, lembre-se de você. Que seja sagrado. Que respeite e honre a vida do outro lado do balcão ou da tela. Que seja um sacrifício, uma oferta da sua vida para outra, uma oferenda e não apenas uma venda.